Como te cantarei, Senhor?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

É de apavorar o que está acontecendo nos dias atuais. Um Frei, que não conheço mas que em comunhão com aquilo que acredito, numa atitude profética doa-se em defesa do Rio São Francisco. Este rio que tão pouco conheço, mas que pelo que se percebe é uma obra prima da natureza que está sendo negado o direito de viver.

A pouco, participei em Tocantins da V Conferência do FAOR (Fórum da Amazônia Oriental) onde discutíamos sobre Desenvolvimento Sustentável e Deomocrático na Amazônia. A atividade foi um momento de se discutir rumos de defesa e de busca de sobrevivência para a nossa Amazônia que como o São Francisco está sendo vitimada. Muitas foram as denúncias de parlamentares que ao invés de unirem-se ao ideal libertário ao qual foram apontados pelo povo, comem no mesmo prato do capital. E isso me lembra um refrão que cantávamos nas CEB's: "Como te cantarei, Senhor?".

Acabo de passar pela página da ADITAL na qual consta a notícia em que o Governo Lula não se dispõe a parar as obras de transposição do São Francisco. E isso me deixou a refletir cada vez mais em quem colocamos a nossa esperança. Muitos de nossos companheiros que antes carregavam conosco a bandeira de luta, hoje estão nos martirizando. Estamos sendo engolidos na política, nas escolas, nas Igrejas e demais locais onde atuamos.

"Faz escuro, mas cantamos". De braços dados, movimentos e Pastorais Sociais, juntos com as forças libertadoras da Igreja se dão as mãos na luta com D. Luiz Cappio através de vigílias, passeatas e diversas formas de manifestação contra este sistema arrasador e faraônico que quer destruir o Brasil e a América Latina como um todo. Bem sabemos que uma parcela da Igreja está na história como mais um Pilatos ou até mesmo como Sumos Sacerdotes, afinal estão incorporados a um modelo Romanocentrista. Mas "se calarem a vvoz dos profetas, as pedras falarão" e D. Luiz é um destes que denuncia profeticamente esta produção de morte.

Esperamos consciência não só do Estado mas como de uma parte da Igreja que está voltada a seu umbigo e as suas redes de comunicação, esquecendo de usar destes instrumentos para denuncia e anuncio efetivo do Reino!

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