Sobre a 8ª Parada LGBT de Belém

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Após insistência do movimento LGBT do Pará, finalmente consegui-se realizar no dia 27 de setembro, a 8ª edição da Parada LGBT de Belém. A atividade estava programada para uma data anterior, porém, com a ausência de recursos, principalmente do poder público (Estado e Prefeitura), não houve possibilidade de realizar-se na data pré-vista. Porém, isto não desanimou as/os lutadoras/es a realizar o evento.

Com tema “Um outro mundo só é possível sem machismo, racismo e homofobia” a comunidade LGBT, negra e feminista, além de sensíveis a luta, saíram as ruas denunciando as diversas faces da violência e da violação de direitos humanos contra esta população. Antecedendo a caminhada, realizou-se nas duas noites anteriores atividades de visibilidade da diversidade e de conscientização sobre saúde, direitos humanos e outros, através do Lesbomix e Gaymix, realizados na Praça Wlademar Henrique. Durante o dia também contou-se com atividades de cidadania e lazer, com a queimada gay, realizada nesta mesma praça.

Concluindo a atividade, saiu a tradicional caminhada (com novo local de saída e término: Praça Waldemar Henrique) reunindo uma grande população, não só da Região Metropolitana de Belém, mas também do interior e de outros Estados. No trajeto, aliado a muita música e animação, Marcelo Carvalho (coordenador do Movimento LGBT do Pará) e Barbarah Pastana (Conselheira do Centro de Referência de Prevenção e Combate a Homofobia), realizaram intervenções políticas que fizeram a diferença, afirmando a capacidade política do movimento. Também contou-se com representantes do poder público, da SEJUDH, SESPA e SEDUC que reafirmaram a importância desta luta e a continuidade de apoio ao Movimento.

Todavia, para satisfazer as páginas policiais dos veículos que desta parte jornalística necessitam, apesar do Movimento ter refletido sobre uma prevenção da violência no evento, houve algumas brigas, que pelo que se acompanhou, não originou-se de pessoas LGBT. Mas isto não desanimou aquelas/es que estavam ali para celebrar o dia em que poderiam sair às ruas de Belém, orgulhando-se de ser como é e de viver sua sexualidade.

Destaque e agradecimento também a organizações dos segmentos negros e feministas que somaram esforços e vozes no combate ao preconceito ao homossexual, a mulher e a negra e o negro. Às apresentações locais das bandas Tecno-show e da cantora Viviane que contribuíram na animação.




Da Parada LGBT de Belém deste ano, tem-se o entendimento que necessita sim de melhoras, principalmente no que diz respeito à segurança. Porém, fico bastante feliz por ter participado de fato de um evento que soube unir arte com política, trazendo a questão do combate ao preconceito através daquilo que a população gosta e tem carência em participar isto é, atividades de mobilização social e cultural.

Não poderia deixar de citar, nestas linhas finais, as belas apresentações de drags no Gaymix (destaco as apresentadoras que arrasaram) e no encerramento. Apenas não comungo com uma fala infeliz vinda de uma destas artistas, desrespeitando especificamente o povo do interior, e também, da atitude de negação do vocalista da Tecno-show a um simples abraço de um homossexual durante o show (até que me comprove o contrário, foi o que visualizei). No mais, façamos dos nossos dias uma Parada: prevenindo, celebrando e vivenciando sua sexualidade, e além de tudo isso, somando na luta contra a homofobia.

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