Ontem foi dia de celebrar com irmãs e irmãos negras/os. Estando na Casa Familiar Rural do território quilombola de Jambuaçú, no município de Moju/Pa, na memória a luta de Zumbi celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Cheguei lá na tarde da quarta-feira (18/11) após muito chão e calor. De fato, valia a pena!
Acolhido, abraçado por minha amiga Silvana, que havia me convidado, fui logo direcionado para a cozinha almoçar aquele delicioso feijão com macaxeira... Que beleza! A tarde foi de sesta, descanso... E o início da noite, foi de ajuda as companheiras e companheiros que estavam terminando os preparativos para a festa do dia seguinte. Jantar e no fim da noite um bom papo com Silvana...
A madrugada com seu friozinho logo me colocou de pé. Lá estava eu, logo cedo lendo algumas apostilas sobre a Oficina que facilitaria naquela manhã. E foi chegando: homens, mulheres, crianças, jovens, idosos... As comunidades adjascentes aos poucos se faziam presentes. No café da manhã partilhado se inicia a programação, seguida de um momento de mística e uma mesa inicial com algumas representantes do poder público local e de lideranças do território.
Partimos para o local onde iria facilitar a Oficina de Teatro do Oprimido. Após as técnicas, consultamos as/os participantes, a fim de saber o clamor da comunidade que logo de imediato foi colocado: o transporte! Há uma grande dificuldade, pois há somente um ônibus, com um só horário para levar na cidade, e este cobra o valor que acha que deve cobrar, como foi relatado por elas/eles. E construímos a partir dos relatos a apresentação.
Após o almoço, um descanso breve. As outras oficinas começaram a apresentar seus frutos e logo fomos mostrar o que construímos. Após uma breve explanação sobre o que é o Teatro do Oprimido, partimos para a apresentação, demostrando um pouco da realidade vivida pelas/os comunitárias/os. Logo, quando consultadas/os sobre qual solução apresentar ao problema, foram surgindo algumas propostas onde as pessoas que sugeriram, entraram para representar esta solução, isto é, de expectador/a para atriz/ator. Muito bom!
Na programação, houve também concurso da "beleza negra" e outras apresentações que animaram até o final da atividade. Após o lanche, as/os presentes retornaram as suas casas... Mas, nem todas/os! Voltamos no início da noite, eu, Estela, Dani e Luiz, numa parada em Moju, de cervejas e bons papos merecidos...
Na comunidade de Jambuaçú, a certeza que a resistência e a cultura quilombola permanece viva no coração de cada negra/o, fica a saudade da comemoração desta data de muito axé!
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