PAZ LIBERTADORA

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Tempos atrás, pensava a paz como algo calmo, pacífico. Era o “silêncio que eu nunca quis”, na busca de evitar escutar os ruídos que o mundo produz. Ora cantava para não ouvir os sons que a sociedade, o “mundo extra-eclesial”, insistia em fazer.

Foi aí, que certa vez, comecei a conviver com alguns/algumas jovens que andavam por festas de aparelhagem e comecei escutar outros sons. Não era somente as batidas fortes de tecno brega, mas os sonhos e desejos de adolescentes e jovens que da/na periferia se reuniam. Além da vontade de dançar, o desejo de estar juntos/as, os/as reunia. A companhia de outros/as colegas e amigos/as, era motivo de partilha, de festa e de refúgio da realidade de empobrecimento social que estão inseridos.

Hoje olho atrás e percebo a realidade teológica daqueles dias e noites... “Não ardia o meu coração” quando eu estava com aqueles/as adolescentes e jovens? Sim, ardia! Hoje, eles/elas também são os/as que me encorajam a caminhar rumo a outro mundo possível.

Aquele medo gerado pelo silêncio que eu “insistia em resistir”, criou coragem e uniu seu grito junto aos/as excluídos/das por libertação. O que era silêncio era medo. E o que é PAZ é essa “estranha” (mas sólida) mania de ter fé na vida!

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