QUANDO A PARADA VEM...

Flertes, abraços, beijos, paqueras, sorrisos, “pegadas”...isso e muito mais os gays vivenciam livremente em algumas das principais ruas e avenidas de Belém durante as Paradas do Orgulho GLBT em Belém. Além do cunho político que ela visa e os mais variados trajes e trejeitos ousados, ela também traz consigo o desejo ardente do “viver sem ter a vergonha de ser feliz” e o anseio de muitos/as jovens de viver sua sexualidade sem tabus.

Lembro com muita saudade da primeira Parada Gay que fui: eu e meus colegas ficamos loucos para que o dia chegasse e a gente pudesse sair na Doca de Souza Franco rumo à Praça da República fazendo aquela festa. Apesar de solteiro, eu não ia com aquela vontade de ficar com ninguém, e nem fiquei. Mas me enchia de alegria quando duas pessoas do mesmo sexo se beijavam e a galera festejava junto. Ah!!!!!! Me sentia beijado pela liberdade...

Até agora, coincidentemente, eu participo da Parada GLBT descompromissado, porém, com uma diferença: com o desejo de encontrar um cara bacana, com conteúdo, que esteja “sentindo o mesmo cheiro de amor no ar”, co

nforme canta a música Pecados de Adão[1]. Por estar aberto à diversidade, não vou com uma receita de par perfeito, mas com cuidado. Afinal, a Parada também já me trouxe algumas caixinhas de surpresas...

Mas confesso o quanto é gostoso beijar alguém em plena Praça Waldemar Henrique e não ser visto como se estivesse a cometer alguém crime. Que beleza andar de mãos dadas na Presidente Vargas. Que o diga aqueles e aquelas que puderam viver e fazer acontecer estes momentos históricos na Cidade das Mangueiras...

Eu “calado no meio da multidão... tento falar da minha louca paixão, que me deixa cheio de desejos no lampejo deste coração”[2]. Quem sabe nesta Parada eu te (re) encontre e a tantos olhares eu te encontre no meio da multidão, no querer de te beijar e te abraçar na esperança de fazer de nossas vidas uma PARADA...

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[1] Pecados de Adão – Eloi Iglesias

[2] Idem.